Perante tudo o que li, tudo o que ouvi só me apraz dizer que a culpa não é deste ou daquele governante mas sim de todos os que por lá passaram. Não são as demissões que vão trazer soluções. O problema da reflorestação já se arrasta há décadas. Lembro-me de haver guardas florestais a vigiarem no terreno, de ver as matas limpas...e agora? Acabaram-se com estes focos de vigia, o mato acumula-se por todo o lado, a maioria das pessoas são negligentes e inconscientes porque não cuidam dos seus terrenos (tenho um vizinho que no sábado passado estava a fazer uma queimada ao lado de minha casa) e em tempo de seca extrema só poderia dar nestes resultados.
É muito triste, desolador, assistir a estas tragédias. Gente que ficou sem nada. Vidas que se perderam. Desde 2000 que já morreram mais de duas centenas de pessoas em incêndios. Isto dá que pensar e reforça o que venho a dizer: este problema não é de agora, vai arrastando-se pelo tempo e há que tomar medidas a vários níveis, sobretudo no que toca a penas pesadas para os monstros que ateiam fogos, sem nunca esquecer a prevenção, consciencialização das pessoas e muitos mais meios no terreno.
Ontem estiveram mais de sete mil operacionais no meio das chamas num país com quase todos os distritos em alerta vermelho. Os soldados da paz fazem o possível e o impossível com os escassos meios que têm ao seu dispor. "Vida por vida". Este é o seu lema. São os verdadeiros heróis a quem eu faço uma grande vénia. Mas não se lembrem deles apenas nestas alturas. Devemos ajudá-los durante todo o ano. Fazendo, assim, a nossa parte. Começando, quem sabe, por nos tornarmos sócios das corporações das nossas terras. As grandes superfícies podem distribuir pelos quartéis bens essenciais para acautelar estes momentos. Hoje por eles, amanhã por nós.
A terminar deixo o meu abraço fraterno a quem passou por este inferno e muita luz para todos os que partiram!
Obrigado pelo texto. Muito mais lúcido do que a maioria dos textos sobre este terrível tema.
ResponderEliminarObrigada eu ... neste terrível tema, como bem o descreve, tentei ser o mais coerente possível.
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