O dia 10 de julho ficará marcado a letras douradas na
memória de cada português pelo título de Campeão Europeu em futebol conquistado
em França, e frente à equipa anfitriã. Os emigrantes explodiram de alegria, a
alma lusitana agigantou-se pelos cinco continentes e os heróis de Paris foram
recebidos por um banho de multidão em Lisboa, tendo direito às merecidas honras
de Estado pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
O verde e
vermelho pintou todas as cidades, a “Portuguesa” foi entoada a plenos pulmões,
e, por momentos, talvez tenha sido este o primeiro passo para deixarmos de lado
a mentalidade dos “coitadinhos e pequeninos”. Quando queremos, tal como ficou
demonstrado no tempo dos Descobrimentos e numa Revolução sem o recurso a armas
que nos devolveu a liberdade, vamos à luta com toda a determinação, o sangue
fervilha e mostramos toda a nossa raça e fibra.
Somos muito mais do que um
pequeno país à beira-mar plantado, com 11 milhões de habitantes. Somos uma
nação valente e imortal, espalhada pelos quatro cantos do mundo e temos de, uma
vez por todas, ter mais orgulho nas nossas raízes e acreditar que somos tão
bons ou melhores do que os outros.
Este troféu trazido de terras gaulesas foi inédito para o
nosso país, almejado há décadas mas que só, agora, pela perseverança, fé e
capacidade de sonhar bem alto do Selecionador Nacional, Fernando Santos foi
possível de trazer para casa. Muito se riram quando antes do início do Euro’2016
afirmou com grande convicção de que só regressaria a Portugal a 11 de julho e
com o caneco na mão. Fez a promessa e cumpriu-a, galvanizando, deste modo, um
grupo de jogadores motivados, coesos e com grande sentido de coletivo, tal como
se viu desde o princípio até ao fim.
O capitão Cristiano Ronaldo transcendeu-se
a todos os níveis e mesmo depois do infortúnio de se ter lesionado no jogo da
final, ajudou a comandar as tropas lado a lado com o Selecionador, mostrando-se
um verdadeiro líder.
Com uma mentalidade forte todos os internacionais foram
capazes de responder, em campo, às críticas destrutivas e sem qualquer sentido
lançadas, sobretudo, pela imprensa francesa e no jogo da final, precisamente
diante da França, foi quebrado um longo enguiço com aquele magnífico golo
tirado da cartola por Éder, o “patinho feio da seleção” que deu uma bofetada de
luva branca a muitos treinadores de bancada.
Desde a luva cor-de-rosa de Rui
Patrício a defender aquela grande penalidade, aos dois golos decisivos de
Ricardo Quaresma, sem esquecer as grandes exibições de Nani, Pepe, Renato
Sanchez, Rafael Guerreiro, José Fonte, todos foram determinantes para esta
conquista que ficará imortalizada nos compêndios da história.
Mais uma vez fomos conquistadores, desbravamos mares
desconhecidos, ultrapassamos todos os obstáculos e tivemos connosco uma força
extra: jogámos “em casa” com o apoio dos nossos emigrantes e, desde o Brasil,
passando por Timor, Moçambique, Malásia, Goa, Dili, Austrália, Canadá, e muitos
mais países, todos elevaram bem alto o esplendor de Portugal!
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