domingo, 21 de junho de 2015

O meu berço e o de Portugal




Se há orgulho que ninguém me tira é o de ter nascido em Guimarães. Sou vimaranense de gema, nascida e criada nesta linda cidade e num concelho enorme, composto por 69 freguesias. Curiosamente vim ao mundo no dia 24 de junho, considerado como o dia um de Portugal, marcado pelo nascimento do nosso país. Uma data sempre assinalada com todo o rigor e, como as curiosidades não param, por aqui também se celebra o São João, o meu santo padroeiro. Ah e nasci mesmo em frente ao Castelo. Coincidências engraçadas não?

Já estava predestinada a nascer aqui, a ter este sangue na guelra, esta alma de conquistadora, a garra de quem nunca vira as costas a uma batalha...por vezes fecho os olhos e imagino-me a viver no tempo do nosso Rei D. Afonso Henriques e parece que já passei mesmo por aquela era, numa outra vida passada. Tudo se encaixa na perfeição na minha forma de ser. Adoro os trajes. A mística. O espírito. A vivência. As músicas. As celebrações. Quando se comemora a feira afonsina identifico-me com tudo. Parece que sou transportada no tempo e penso: "onde é que eu já vi isto?".

Esta é a minha cidade, a minha pátria e, no fundo, a de todos nós. Foi aqui que tudo começou. Que uma nação se abriu para o mundo, desbravando mares outrora desconhecidos e conquistando os mais almejados sonhos. Aqui a palavra "vimaranense" é sentida de peito cheio. Somos bairristas. Gostamos muito do que é nosso. Preservamos o nosso espaço. Somos transparentes, amigos do nosso amigo. Sabemos receber como ninguém. Somos educados e afáveis mas se nos tiram do sério aí tenham cuidado porque estão a pisar uma fera. Não guardamos rancores porque somos frontais. Em cada esquina respiramos cultura. Amo o centro histórico, património da Unesco, e dos mais lindos do país. Perdoem-me os restantes mas para mim não há melhor cidade que Guimarães. Em todos os aspectos.




Desde o castelo, passando pelo Paço dos Duques, ao Centro Cultural Vila Flor, à Pousada da Costa, ao glorioso jardim de São Gualter, à montanha da Penha, ao parque da cidade, ao estádio do nosso Vitória, à nossa gastronomia, à famosa cantarinha dos namorados, tudo é ímpar, não há igual. Alegra-me o facto de termos turistas durante todo o ano. Uma cidade sempre em movimento como costumo dizer. Fomos Capital Europeia da Cultura, do Desporto...tudo o que desejamos acabamos por conseguir. Temos essa capacidade dentro de cada um de nós e o sorriso nos olhos é visível quando dizemos "sou natural de Guimarães".





Amo-te "Vimaranes", terra da minha família paterna, mas aqui também não poderia deixar uma palavra de reconhecimento às raízes vindas da minha mãe, poveira e trofense. Uma mistura explosiva dizem muitos. Eu concordo. E agradeço a Deus por o ter a correr nas minhas veias. Só assim cheguei até aqui e sou a mulher que sou. Obstáculos? Muitos. Luta? Diária. Coragem? Sempre. Esperança? Presente. Desistir? Nunca.

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