segunda-feira, 24 de setembro de 2012



Revolta popular cheira a revolução

O passado dia 15 de Setembro vai ficar gravado na história como o momento da reviravolta em Portugal, onde a força do povo saiu para a rua numa das maiores manifestações de sempre em várias cidades do país que juntou milhares de pessoas em protesto aceso pelas constantes medidas de austeridade anunciadas pelo Governo. Olhar para aquelas imagens, onde crianças, jovens, adultos e idosos se juntaram a uma só voz foi arrepiante e até me deixou emocionada, fazendo lembrar o 25 de Abril de 1974. Aliás, uma imagem de uma senhora a oferecer um cravo vermelho a um agente da autoridade, captada por um fotógrafo da TVI, ficou-me na retina e era clara a alusão à Revolução de Abril. Também muitos ergueram cartazes a pedir aos polícias para tirarem as fardas e juntarem-se ao povo!
E, nem foi preciso que alguma força política organizasse o protesto. A ideia saiu das redes socais e os portugueses disseram “sim” e desfilaram por várias artérias de Lisboa, Porto, Braga, Viseu, entre outras mais cidades, deixando clara a ideia de que este Governo já deixou de servir os nosso destinos há muito tempo.
Com o desemprego a disparar, os impostos a subir, as pessoas sem poder de compra e, muitas delas, já sem dinheiro para comer, aumentando os pedidos de auxílio nos bancos alimentares contra a fome, é notório o estado a que chegou a nossa nação. Este é um país sem perspectivas de futuro, sem esperança, onde os cidadãos pedem a demissão dos actuais governantes, esquecendo-se, contudo, que se eles estão lá foi porque a maioria dos eleitores votou neles. Não me incluo neste grupo porque nas eleições coloquei a cruz num partido diferente e, por isso, estou de consciência tranquila mas solidária com tudo e todos. Não se aguenta mais tanta opressão sobre quem dá o litro no dia-a-dia no seu emprego. Tiram aos pobres para dar aos ricos e, infelizmente, os que trabalham é que pagam este grave crise financeira.
Depois, fiquei ainda mais espantada com a atitude inqualificável de Paulo Portas que mesmo sendo contra o aumento de 7 por cento nos descontos dos trabalhadores para a Segurança Social, anunciado por Pedro Passos Coelho par 2013, não quis colocar em causa a coligação e, então, optou por não fazer valer o que defende. Ou seja, vai deixar ir avante estas e outras medidas anunciadas pelo Primeiro-Ministro, escondendo-se na sua concha, com medo, é claro, de perder o seu posto. Sem palavras esta atitude!!!! Que políticos são estes que nos governam? Palpita-me que pelo andar da carruagem isto não vai aguentar até ao final do ano… e todos vamos aplaudir a queda destes sugadores e seguidores de uma troika que não faz cá falta nenhuma.

Susana Cardoso

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