Se há coisa que me mete repulsa são os inúmeros fogos que dizimam hectares e mais hectares de florestas no nosso país, chegando mesmo, em muitos dos casos, a colocar em risco a vida das pessoas, além das suas próprias habitações. Para tal basta lembrar o que sucedeu recentemente na Madeira, uma das mais catástrofes de que há memória, e, ainda na semana passada, em Chaves e Tomar, onde o desespero da população deixava qualquer um consternado. Sem esquecer a desgraça de uma paisagem que outrora era verde e, de repente, por obra de um monstro, ficou negra como carvão, também muita gente que vivia do trabalho da terra e da criação de animais, ficou sem o seu sustento diário. Nem quero imaginar o sofrimento daquela gente na dura batalha travada contra o avançar das chamas, não conseguindo pregar olho porque, a qualquer momento, pode haver algum reacendimento que volta a envolver nova luta. Isto sem falar, é claro, no trabalho notável e também ele de sofrimento intenso das corporações de bombeiros, os soldados da paz que são incansáveis no trabalho que desenvolvem. E, se não fazem mais, é porque, infelizmente, não têm mais meios para tal, restando-me dar-lhes um enorme voto de louvor, também em memória daqueles que faleceram.
Desde o início do Verão foram identificados e capturados dezenas de incendiários que sem uma medida de sanção à altura da monstruosidade que cometeram, são raros os casos em que aguardam julgamento na cadeia, ficando apenas sujeitos a termo de identidade e residência. Pergunto-me: Como é que isto é possível? Depois muitos deles vêm com a desculpa esfarrapada de que sofrem de perturbações mentais e acabam por sair ilesos do crime que cometeram. Enquanto não houver uma justiça dura e severa sobre estes seres desprezíveis que ateiam as chamas nos lugares mais recônditos e de difícil acesso, os fogos vão continuar a assolar o nosso país. Mas esta também é uma realidade vivida em quase toda a Europa que me revolta profundamente. Parece que as pessoas não sabem, ou não querem saber, do bem que faz a natureza, do are saudável que se respira nas montanhas, e que, pelo menos, de alguma forma, nos protegem da poluição que vai aumentando a olhos vistos e nos permitem também relaxar do stress diário. Façam por proteger a natureza e tudo aquilo que a rodeia. É um bem precioso do qual todos podemos desfrutar!
Susana Cardoso