segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Meio país a arder


Se há coisa que me mete repulsa são os inúmeros fogos que dizimam hectares e mais hectares de florestas no nosso país, chegando mesmo, em muitos dos casos, a colocar em risco a vida das pessoas, além das suas próprias habitações. Para tal basta lembrar o que sucedeu recentemente na Madeira, uma das mais catástrofes de que há memória, e, ainda na semana passada, em Chaves e Tomar, onde o desespero da população deixava qualquer um consternado. Sem esquecer a desgraça de uma paisagem que outrora era verde e, de repente, por obra de um monstro, ficou negra como carvão, também muita gente que vivia do trabalho da terra e da criação de animais, ficou sem o seu sustento diário. Nem quero imaginar o sofrimento daquela gente na dura batalha travada contra o avançar das chamas, não conseguindo pregar olho porque, a qualquer momento, pode haver algum reacendimento que volta a envolver nova luta. Isto sem falar, é claro, no trabalho notável e também ele de sofrimento intenso das corporações de bombeiros, os soldados da paz que são incansáveis no trabalho que desenvolvem. E, se não fazem mais, é porque, infelizmente, não têm mais meios para tal, restando-me dar-lhes um enorme voto de louvor, também em memória daqueles que faleceram.
Desde o início do Verão foram identificados e capturados dezenas de incendiários que sem uma medida de sanção à altura da monstruosidade que cometeram, são raros os casos em que aguardam julgamento na cadeia, ficando apenas sujeitos a termo de identidade e residência. Pergunto-me: Como é que isto é possível? Depois muitos deles vêm com a desculpa esfarrapada de que sofrem de perturbações mentais e acabam por sair ilesos do crime que cometeram. Enquanto não houver uma justiça dura e severa sobre estes seres desprezíveis que ateiam as chamas nos lugares mais recônditos e de difícil acesso, os fogos vão continuar a assolar o nosso país. Mas esta também é uma realidade vivida em quase toda a Europa que me revolta profundamente. Parece que as pessoas não sabem, ou não querem saber, do bem que faz a natureza, do are saudável que se respira nas montanhas, e que, pelo menos, de alguma forma, nos protegem da poluição que vai aumentando a olhos vistos e nos permitem também relaxar do stress diário. Façam por proteger a natureza e tudo aquilo que a rodeia. É um bem precioso do qual todos podemos desfrutar!

Susana Cardoso


Revolta popular cheira a revolução

O passado dia 15 de Setembro vai ficar gravado na história como o momento da reviravolta em Portugal, onde a força do povo saiu para a rua numa das maiores manifestações de sempre em várias cidades do país que juntou milhares de pessoas em protesto aceso pelas constantes medidas de austeridade anunciadas pelo Governo. Olhar para aquelas imagens, onde crianças, jovens, adultos e idosos se juntaram a uma só voz foi arrepiante e até me deixou emocionada, fazendo lembrar o 25 de Abril de 1974. Aliás, uma imagem de uma senhora a oferecer um cravo vermelho a um agente da autoridade, captada por um fotógrafo da TVI, ficou-me na retina e era clara a alusão à Revolução de Abril. Também muitos ergueram cartazes a pedir aos polícias para tirarem as fardas e juntarem-se ao povo!
E, nem foi preciso que alguma força política organizasse o protesto. A ideia saiu das redes socais e os portugueses disseram “sim” e desfilaram por várias artérias de Lisboa, Porto, Braga, Viseu, entre outras mais cidades, deixando clara a ideia de que este Governo já deixou de servir os nosso destinos há muito tempo.
Com o desemprego a disparar, os impostos a subir, as pessoas sem poder de compra e, muitas delas, já sem dinheiro para comer, aumentando os pedidos de auxílio nos bancos alimentares contra a fome, é notório o estado a que chegou a nossa nação. Este é um país sem perspectivas de futuro, sem esperança, onde os cidadãos pedem a demissão dos actuais governantes, esquecendo-se, contudo, que se eles estão lá foi porque a maioria dos eleitores votou neles. Não me incluo neste grupo porque nas eleições coloquei a cruz num partido diferente e, por isso, estou de consciência tranquila mas solidária com tudo e todos. Não se aguenta mais tanta opressão sobre quem dá o litro no dia-a-dia no seu emprego. Tiram aos pobres para dar aos ricos e, infelizmente, os que trabalham é que pagam este grave crise financeira.
Depois, fiquei ainda mais espantada com a atitude inqualificável de Paulo Portas que mesmo sendo contra o aumento de 7 por cento nos descontos dos trabalhadores para a Segurança Social, anunciado por Pedro Passos Coelho par 2013, não quis colocar em causa a coligação e, então, optou por não fazer valer o que defende. Ou seja, vai deixar ir avante estas e outras medidas anunciadas pelo Primeiro-Ministro, escondendo-se na sua concha, com medo, é claro, de perder o seu posto. Sem palavras esta atitude!!!! Que políticos são estes que nos governam? Palpita-me que pelo andar da carruagem isto não vai aguentar até ao final do ano… e todos vamos aplaudir a queda destes sugadores e seguidores de uma troika que não faz cá falta nenhuma.

Susana Cardoso

Fazer o que se gosta é uma dádiva

A minha experiência de vida permite me afirmar que uma das velhas máximas não podia ser mais certeira: Fazer o que se gosta é uma dádiva. Ti...